Resenha

Caros cineclubers, como citado nas postagens anteriores, o filme que será discutido na próxima sessão será “Sangue Negro”, dirigido por Paul Thomas Anderson. Proponho a vocês uma análise que pode soar um pouco ousada a princípio, já que talvez diga mais respeito a sintática do que ao desenrolar da narrativa em si.


Logo no início do filme, é possível perceber que o título “Sangue Negro” se refere a extração do petróleo. Eis aqui a ousadia de perspectiva a qual me refiro. No decorrer da história, nota-se um retrato ideal do cidadão estadunidense por meio do personagem principal . A partir da miséria, Daniel Plainview faz sua riqueza com as próprias mãos, e mesmo com as divergências propostas, conquista o petróleo de Little Boston.


A narrativa propõe a rivalidade que permeia a sociedade mundial, mas sobretudo, americana, há séculos. O conflito razão versus religião rege toda a trajetória do anti herói da trama, abrindo um leque de outros subtemas que são apontados com menor detalhamento, mas que também retratam esse modo de vida com tanta relevância quanto, tal como os valores familiares, ou a ausência deles.

Para concluir, ressalto a interpretação a respeito do título do longa metragem que me veio à mente. O que seria o sangue senão o que nos nutre, corre em nossas veias e nos mantém vivos? O filme aborda todos os princípios e valores fundamentais que são viscerais para os estadunidenses a partir da imagem da extração do petróleo. Com isso, gostaria de pontuar que esse sangue negro que nomeia o filme vem sendo a causa de diversos conflitos em todo o mundo, justamente por ser fonte de abastecimento das nações.